“Free Flow” começa a operar em março na Dutra. Conheça o sistema

São Paulo — A Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, recebe, em março, um pedágio de cobrança automática, conhecido como sistema “free flow”. Serão 21 pórticos entre os km 205, em Arujá, na região metropolitana, até o km 230, na chegada da capital paulista.

Visando otimizar o fluxo de veículos, os pedágios de cobrança automática prometem oferecer uma alternativa mais rápida e eficiente de deslocamento, reduzindo congestionamentos. O sistema já funciona na SP-333, em Itápolis e Jaboticabal, desde setembro deste ano, e na Tamoios, em Caraguatatuba, desde novembro.

O diretor de negócios e produtos da ConectCar, Newton Ferrer, afirmou ao Metrópoles que, com a experiência que se tem com o “free flow”, a comunicação se mostra como a parte mais desafiadora do sistema. Ele enxerga muitos pontos positivos no pedágio de cobrança automática, entre eles, a segurança, a preservação ambiental e a fluidez.

“O pedágio não é um tema agradável para o cliente. Ninguém gosta do pedágio em si. […] Eu acho que mudar essa experiência já é um grande avanço”, avaliou.

Para Ferrer, o “free flow” acaba com aquela dinâmica de garrafão na praça de pedágio, ou seja, não mais é preciso mais ter aquele fluxo de veículos diminuindo a velocidade ou parando. Além de ser mais seguro, isso reduz a quantidade de CO2 que é jogado na atmosfera, além de gastar menos pneus e combustível.

A cobrança automática também é vantajosa para as concessionárias, já que não é preciso gastar com a estrutura no local e com a construção de cancelas. O diretor acredita que o número de assaltos nos pedágios diminuiria, já que, sem a praça, ninguém vai parar o carro e a via vai ficar mais segura para os motoristas e funcionários.

Pagamento do pedágio

O pagamento do sistema “free flow” na Dutra poderá ser feito de duas formas: para os motoristas com TAG, a tarifa será debitada automaticamente. Os clientes sem TAG podem pagar o pedágio em até 30 dias nos canais de autoatendimento que serão oferecidos pela concessionária – site, app CCR Rodovias e WhatsApp.

Ferrer lembrou, ainda, que a cobrança de pedágio, na praça tradicional, é de tarifa fixa e feita por categoria de veículo. Para ele, o “free flow” traz duas evoluções, sendo que a primeira é a possibilidade de a cobrança ser feita por trecho percorrido. Ou seja, o motorista não paga uma tarifa única na estrada, apenas o percurso utilizado.

Além disso, o sistema vai operar com tarifa dinâmica, ou seja, de acordo com o movimento da estrada. “Então, dependendo do horário e do dia, vai ter um preço mais baixo ou mais alto. Isso também é uma inovação dentro da cobrança de pedágios e também ajuda a mobilidade”, explicou Ferrer.

Instalação do “free flow” na Dutra

A atual praça de pedágio em Arujá não será desativada. Portanto, o motorista que utilizar a pista expressa da capital paulista até lá, e vice-versa, não irá pagar tarifa ao cruzar os pórticos, sendo cobrado apenas no pedágio. O cliente que utilizar as pistas marginais também continuará a não ser cobrado. O valor só será exigido quando o condutor optar por usar as pistas expressas.

Os 21 pórticos começaram a ser instalados na Via Dutra em outubro de 2024. Eles foram posicionados nas novas entradas e saídas das pistas marginais para as pistas expressas, que estão sendo construídas pela CCR RioSP, concessionária que administra a rodovia.

No total, foi investido R$ 1,4 bilhão para o sistema free flow na Rodovia Presidente Dutra. Esse valor faz parte do investimento de R$ 15,5 bilhões, que o Grupo CCR está executando em obras de modernização e melhorias na via. Cerca de 4 mil postos de trabalho serão gerados entre Arujá e a capital, segundo a concessionária.

Dentre as obras, além da ampliação de pistas e iluminação, serão instaladas 27 novas câmeras de monitoramento e 203 câmeras de detecção automática de incidentes.

Como funciona o pedágio “free flow”

A tecnologia é composta por pórticos com câmeras e sensores que são capazes de identificar o veículo por uma tag de cobrança ou pela placa. O trecho pedagiado é cobrado por quilometragem, com reajustes baseados no Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) e no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com cada contrato.

Multa e 5 pontos na carteira

A Artesp ressalta que o sistema “free flow” não emite notificações automáticas sobre a cobrança. É responsabilidade do próprio motorista verificar e quitar o valor por esses canais.

Quem não faz o pagamento incorre na infração de evasão de pedágio, considerada grave e punida com multa de R$ 195,23, além de 5 pontos na carteira.

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