Acusação sobre Adriana Villela: “Tinha motivo em sua mente macabra”

O promotor de Justiça Marcelo Leite disse que Adriana Villela “era capaz, era agressiva, tinha motivo dentro da mente macabra” para mandar matar os pais – o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela. A funcionária do casal, Francisca Nascimento da Silva, também foi assassinada no caso conhecido como Crime da 113 Sul.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa recurso da defesa de Adriana Villela que pede anulação do júri ocorrido em 2019. O colegiado também analisará o pedido de prisão imediata da arquiteta, que foi apresentado pelo MPDFT, pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo assistente da acusação.

Leite confrontou as teses de nulidade apresentadas pela defesa. O promotor afirmou que os advogados tiveram a oportunidade de pedir o adiamento do júri durante o julgamento, mas optaram por não fazer.

Segundo Leite, uma das juradas teria feito críticas sobre assunto alheio ao processo. Em relação aos vídeos que a defesa diz não ter tido acesso, o promotor afirmou que as imagens estavam disponíveis no inquérito desde 2011.

“A defesa teve oportunidade de fazer recusa motivada [da jurada] e não fez também. Depois que perde o júri, quer anular o júri. Em relação aos vídeos, estão disponíveis no inquérito desde 2011”, declarou Leite.

O promotor afirmou que há prova suficiente, inclusive judicial, que comprova que Adriana foi a mandante dos assassinatos. “As pessoas me perguntam: ‘Seria ela culpada? Será que teria coragem?’ O júri teve 10 horas de interrogatório, no qual ela pode mostrar toda frieza, cinismo e os jurados perceberam”, disse o promotor.

Leite declarou que Adriana Villela “era capaz, era agressiva, tinha motivo dentro da mente macabra e o motivo está plenamente demonstrado”. O promotor de Justiça afirmou, ainda, que está em julgamento “a credibilidade da Justiça do Brasil”.

Assista ao vivo o julgamento do recurso de Adriana Villela:

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o processo de Adriana Villela é “escatológico” e que a investigação ocorreu de forma “atabalhoada”, lembrando que uma vidente chegou a ser consultada pela delegada Martha Vargas. Kakay declarou, durante a sustentação oral, que o julgamento pelo júri popular ocorreu contrário às provas dos autos.

“Na ânsia de colocar Adriana no crime, por pressão psicológica, [o corréu] chegou a dizer que Adriana estava na cena do crime e que chegou a dizer: ‘Matem esse velho’. Para a defesa, isso foi um presente, pois conseguimos fazer a prova negativa. Comprovamos que Adriana não estava na cena do crime. Produzimos prova técnica”, afirmou Kakay.

Os advogados alegam, entre outros pontos, que só conseguiram acesso a algumas mídias com depoimentos dos corréus quando o júri já tinha sido iniciado, o que teria configurado cerceamento de defesa e trazido prejuízos processuais à ré.

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