Adriana Villela: o que acontece após suspensão do julgamento no STJ?

O julgamento do recurso da defesa de Adriana Villela contra a condenação pelo Tribunal do Júri a 61 anos de prisão pelo triplo homicídio, dos pais e da funcionária da família, foi suspenso na Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (11/3).

O relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, votou pela rejeição do recurso e consequente manutenção da condenação da arquiteta. O magistrado também foi favorável ao pedido do Ministério Público para prisão imediata de Adriana Villela.

Em seguida, o ministro Sebastião Reis Júnior pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso. O prazo é de 60 dias, prorrogável por mais 30 dias. Assim, o julgamento deve ser retomado em até três meses.

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Relator, ministro Rogerio Schietti

Sexta Turma do STJ julga recurso de Adriana Villela
Carolina Villela, filha de Adriana Villela, chega ao STJ para acompanhar julgamento do recurso da mãe
Ministro Rogerio Schietti Cruz, relator do recurso de Adriana Villela no STJ
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Sexta Turma do STJ julga recurso de Adriana Villela

Gustavo Lima/STJ

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Relator, ministro Rogerio Schietti

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Sexta Turma do STJ julga recurso de Adriana Villela

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Carolina Villela, filha de Adriana Villela, chega ao STJ para acompanhar julgamento do recurso da mãe

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Ministro Rogerio Schietti Cruz, relator do recurso de Adriana Villela no STJ

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Promotor de Justiça Marcelo Leite

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Durante o voto, Schietti afirmou que não vê “qualquer possibilidade de rever o mérito tanto da soberana decisão dos jurados que compuseram o conselho de sentença quanto do acórdão [do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios], que, exercendo controle limitado, confirmou a condenação da então apelante”.

“Os jurados ouviram as testemunhas de acusação e defesa e plenário, tiveram acesso às demais provas, avaliaram as documentações produzidas nos autos e longamente sustentadas em longo debate. Por fim, recolheram-se à sala secreta e julgaram a acusada respondendo aos quesitos a eles submetidos. Ao fim e ao cabo, a maioria dos juízes populares considerou que as provas e os argumentos da acusação indicavam a autoria da recorrente nos crimes que lhe foram imputados e proferiram juízo de condenação”, declarou Schietti. Segundo o ministro, a defesa não comprovou que a condenação foi manifestamente contrária às provas.

Defesa e acusação

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Adriana Villela, disse que o processo judicial em questão é “escatológico” e que a investigação ocorreu de forma “atabalhoada”, lembrando que uma vidente chegou a ser consultada pela delegada Martha Vargas. Kakay declarou, durante a sustentação oral, que o julgamento pelo júri popular ocorreu contrário às provas dos autos.

O promotor de Justiça Marcelo Leite declarou que Adriana Villela “era capaz, era agressiva, tinha motivo dentro da mente macabra, que está plenamente demonstrado”. “As pessoas me perguntam: ‘Seria ela culpada? Será que teria coragem?’ O júri teve 10 horas de interrogatório, no qual ela pode mostrar toda frieza, cinismo e os jurados perceberam”, disse o promotor.

Entenda

Além do advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e da advogada Maria Carvalho Mendes Villela, a funcionária do casal, Francisca Nascimento da Silva, foi brutalmente morta a facadas, no apartamento da família, na 113 Sul, área nobre de Brasília, em 31 de agosto de 2009.

Adriana Villela foi condenada como mandante do crime pelo Tribunal do Júri de Brasília, em 2019, a 67 anos de prisão. A pena foi reduzida para 61 anos, após recurso. Três homens também foram condenados pelo triplo homicídio.

O Metrópoles contou o caso com riqueza de detalhes no podcast Revisão Criminal. Em sete episódios, as teses da defesa e da acusação foram explicadas com profundidade.

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