A Agência Pública apaga 14 velinhas com fé no jornalismo para mudar o mundo

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Em 2011, a Internet parecia capaz de romper o monopólio das empresas de comunicação e trazer novos atores para o ecossistema da informação. No ano anterior, um megavazamento do WikiLeaks havia revelado as entranhas obscenas das relações dos Estados Unidos com o mundo, mostrando que era, sim, possível colocar o interesse público acima de conveniências políticas e interesses econômicos, expondo os segredos dos poderosos. 

Enquanto os jornais entravam em crise, com a ruptura provocada pela internet, uma mídia digital despontava em vários cantos do mundo, com jornalistas no comando e o interesse público como único norte, como sonhavam gerações de profissionais comprometidos com a função social de investigar e revelar os fatos relevantes para a sociedade poder escolher, debater e decidir que caminhos tomar.

Um campo que, apesar dos pesares, só floresceu, também entre nós, desde que a Pública nasceu. Viva a tecnologia e a democracia na comunicação. 

Mais do que cão de guarda dos poderes públicos, papel assumido com maior ou menor eficácia pela imprensa há décadas, o novo jornalismo digital convida o público a tomar a dianteira, apoiando veículos de fato independentes – como fazem os nossos queridos Aliados –, entregando segredos de corporações e governos que afetam a maioria ou, simplesmente, buscando versões menos contaminadas dos fatos para pensar melhor.

O império das fake news, do discurso de ódio e da censura de direita era apenas antevisto quando a sementinha da Pública brotou, fincada por três jornalistas mulheres, três repórteres em um país comandado por homens, também no jornalismo. 

Com amor e sorte cresceu resistente para enfrentar os novos podres poderes, nutrida pela energia de uma equipe cada vez mais diversa, inovadora e competente, regada com carinho por leitores conscientes do valor do jornalismo independente para a democracia e a justiça social.

Assistimos a muitas reviravoltas nesses 14 anos, a mais recente levando o mundo para mais perto da desigualdade, da guerra e da destruição com a eleição de Donald Trump. Mas somos resistentes na certeza de que “gente é para brilhar e não para morrer de fome”.

Por trás de cada vitória – e cada derrota – das pessoas que acreditam em uma vida melhor, mais digna e mais justa para todos, tem um monte de gente corajosa que conversa, debate e luta muito para defender os direitos humanos, a democracia e o futuro do planeta. São elas que guiam as nossas reportagens, iluminam nossos textos e conferem valor ao nosso trabalho. 

Sei que muita gente que acompanha a Pública e me lê agora está entre essas pessoas abençoadas que insistem em olhar o mundo de frente e lutar para torná-lo melhor. 

É um privilégio escrever pra vocês, feliz aniversário!

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