BELÉM – Justiça decreta preventiva de cabo da PM que matou namorada a tiros

Um crime de extrema crueldade chocou Belém na noite da última quarta-feira (12): o cabo da Polícia Militar do Pará, Wladson Luan Monteiro Borges, assassinou a namorada, Bruna Meireles Corrêa, com três tiros na cabeça, dentro de seu próprio veículo. O motivo? Ela, uma jovem que estava prestes a se formar em Nutrição e trabalhava no Hospital Porto Dias, havia decidido pôr fim ao relacionamento com o militar.

Ele, incapaz de aceitar o término, transformou uma discussão em execução fria, manchando as ruas da capital paraense com mais um caso revoltante de feminicídio. Na manhã desta sexta-feira (14), a Justiça homologou o flagrante e converteu a prisão do cabo em preventiva, sepultando qualquer chance de liberdade imediata para o criminoso.

A vítima, Bruna, era uma mulher em ascensão: estudante universitária, profissional dedicada, com um futuro promissor pela frente. Tudo isso foi arrancado dela por um homem que, ironicamente, vestia a farda de quem deveria proteger a sociedade. Segundo os primeiros relatos, o cabo não se conformou com o fim da relação e, numa explosão de possessividade e violência, descarregou sua fúria contra a ex-namorada.

Os três disparos na cabeça, à queima-roupa, dentro do carro dele, não deixam margem para dúvidas: foi um ato de brutalidade, um castigo imposto por alguém que se achava dono da vida alheia.

A decisão judicial, assinada pelo juiz João Augusto de Oliveira Jr., da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Belém, não poderia ser mais clara. No processo nº 0805029-21.2025.8.14.0401, o magistrado homologou o auto de prisão em flagrante e, atendendo à representação da autoridade policial, transformou a detenção em prisão preventiva.

“O autuado praticou, em tese, o crime de feminicídio”, escreveu o juiz, destacando o “perigo gerado pelo estado de liberdade” do cabo e a necessidade de mantê-lo atrás das grades para “garantia da ordem pública e paz social”. A audiência de custódia, realizada às 9h desta sexta, só reforçou o que já era evidente: Wladson é uma ameaça que não pode circular livremente.

Grito de indignação

O despacho do juiz frustra qualquer tentativa de relativizar o crime. Não há vícios no flagrante, os direitos constitucionais do acusado foram respeitados – ele foi ouvido, teve nota de culpa expedida e sua família comunicada –, mas nada disso apaga a gravidade do que fez.

“Nenhuma medida cautelar diversa da prisão se revela suficiente”, sentencia o texto, deixando claro que o cabo da PM, agora réu por feminicídio (art. 121, §2º, VI do Código Penal), não merece nem o benefício da dúvida. O mandado de prisão já foi expedido, e o inquérito segue em curso, com a Polícia Civil e o Ministério Público de olho em cada detalhe.

Esse assassinato não é só mais um número na estatística alarmante de violência contra a mulher no Brasil – é um grito de indignação. Bruna Meireles Corrêa tinha sonhos, uma carreira, uma vida pela frente, e tudo isso foi reduzido a cinzas por um homem que preferiu matá-la a aceitar sua liberdade.

Enquanto a Justiça faz sua parte, a sociedade paraense cobra respostas: como alguém treinado para proteger pode se tornar o algoz de quem amava? A prisão preventiva é só o começo – que venha o julgamento.

The post BELÉM – Justiça decreta preventiva de cabo da PM que matou namorada a tiros appeared first on Ver-o-Fato.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.