Premiê da Groenlândia defende soberania em meio a visita dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo antes de tomar posse, expressava o desejo de anexar a Groenlândia ao território norte-americano, o que não vem sendo bem recebido pelos groenlandeses. Neste domingo (23/3), a Casa Branca anunciou que, durante a semana, Michael Waltz, conselheiro de Segurança Nacional do país e a esposa do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, Usha Vance, visitarão a região.

Ao tomar conhecimento da viagem, o primeiro-ministro interino do país, Mute Egede, afirmou, no Facebook, que “os visitantes não serão recebidos pelo ministro do exterior. Também foi claramente afirmado aos americanos que, após as eleições na Groenlândia, ainda não há formação de um governo e que as conversações só poderão ter lugar quando for formado um novo governo”.


Trump e Groenlândia

  • Durante o primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump chegou a ventilar a ideia de comprar a Groenlândia. A retórica voltou a ser repetida durante a corrida eleitoral de 2024.
  • Apesar de ser uma região autônoma, a Groenlândia faz parte do território da Dinamarca. O país é um dos 32 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
  • Trump argumenta que a anexação da ilha ao território norte-americano é uma questão de “segurança nacional”.
  • A Groenlândia é rica em recursos naturais, e já abrigou bases militares dos EUA.

“Da mesma forma, agimos com base na nossa independência e soberania do nosso país, e que qualquer pessoa de fora deve nos deve respeitar e não interferir. Como parceiros globais, não podemos dar-nos ao luxo de perder a cooperação. A cooperação será baseada no respeito e no direito e nas normas internacionais”, destacou Egede.

O premier ainda ressaltou que ,”na semana passada, mostramos que vamos continuar — que vamos mostrar e reforçar que não aceitaremos a invasão de ninguém ao nosso país. Podemos decidir nosso próprio futuro. Entendo perfeitamente que você esteja preocupado. Porque recentemente experimentamos algo que não vivíamos antes. Onde fomos tratados de forma inaceitável, o que não é digno entre amigos próximos e aliados”.

Trump, em 13 de março, ao ser questionado sobre as ambições expansionistas contra a Groenlândia, disse acreditar que a anexação realmente vai acontecer, sem dar maiores detalhes.

“Acho que [anexar a Groenlândia] é importante para a segurança internacional”, alegou Trump.

“Os tempos que vivemos obrigam-nos a permanecer unidos e a não entrar em pânico pelo nosso país. Encorajo todos a defenderem o que mostramos ao mundo inteiro na semana passada: devemos usar isso como uma força para nos mantermos unidos e falarmos contra o tratamento inaceitável. Porque somos nós que decidimos o nosso próprio futuro”, concluiu o primeiro-ministro interino da Groenlândia.

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