Preço do ovo de Páscoa sobe 9,5% em 2025 e tem alta de 43% em 3 anos

O preço dos ovos de Páscoa registra uma alta de 9,52% em 2025, na comparação com o ano passado, de acordo com levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Ainda de acordo com a pesquisa, no acumulado dos últimos 3 anos, a alta nos preços chega a 43%.

Nesse período, o maior aumento foi verificado em 2023, com alta de 18,61%. Em 2024, a subida dos preços foi de 10,33%.

“O aumento dos custos de produção do chocolate é o principal motivo da elevação dos preços nos últimos anos. Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do Cacau, disparando o preço desse importante insumo nos últimos 3 anos”, explica o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira.

Outros aumentos

Outros itens registraram alta ainda maior nos preços em 2025, em relação ao ano passado. O chocolate, por exemplo, subiu 27,09%, enquanto o bombom avançou 13,58%.

Também muito consumidos nessa época do ano, os peixes registraram aumento de preços – como o bacalhau, que subiu 3,91% na comparação com 2024.

O que explica a alta nos preços

O cacau vem enfrentando um déficit global de oferta, em meio a uma série de dificuldades para alguns dos maiores produtores da commodity. Déficit de oferta é a situação em que a quantidade de bens ou serviços disponíveis é menor do que a demanda do mercado.

No ano passado, países como Costa do Marfim e Gana foram duramente atingidos por efeitos climáticos causados pelos fenômenos La Niña e El Niño, que impactaram o ciclo de chuvas.

No início deste ano, o contrato do cacau bateu valor recorde de US$ 12.931 por tonelada métrica na Bolsa de Valores de Nova York.

Demanda por chocolate por cair

Segundo relatório elaborado pelos analistas do JPMorgan, as projeções de déficit para a atual temporada 2024-2025 recuaram para 40 mil toneladas, ante as 108 mil toneladas estimadas anteriormente.

A expectativa do mercado é a de que a demanda por chocolate caia quase 2% em 2025, em função dos elevados preços do cacau, que afetam diretamente o consumo.

Os preços do chocolate, por sua vez, devem continuar subindo e pesando no bolso dos consumidores, pois as empresas buscam compensar os custos mais elevados.