Mesmo suspenso, youtuber diz que vai frequentar salas de aula na UnB

Após ser suspenso por mais 60 dias e expulso aos gritos no primeiro dia de aulas na Universidade de Brasília (UnB), o youtuber Wilker Leão, 29 anos, usou o Twitter para se manifestar sobre o ocorrido. Wilker ensaia uma reação e assegura que estará em sala de aula.

“Continuarei a estar em sala de aula, sim, e eu quero ver o que você e sua gentalha vão fazer”, escreveu Wilker em resposta a um internauta. “Não queiram nem ver a nossa resposta a uma eventual covardia de vocês”, ameaçou.

Leia:

Alunos “botam pra correr”

Wilker Leão pareceu no campus Darcy Ribeiro e causou um alvoroço no local na segunda-feira (24/3). Ele tentou atrapalhar o primeiro dia de aula, mas foi alvo de protestos e acabou escorraçado por estudantes.

Assista:

O youtuber levou o material para filmar a instituição, mas foi surpreendido com protestos de outros estudantes contra ele. É possível ver a manifestação de alunos contra a presença do youtuber que ficou conhecido por interromper aulas constrangendo professores.

Entenda o caso:

  • Wilker Leão é um youtuber de direita que ganhou notoriedade em 2022, quando se envolveu em confusão com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada.
  • As confusões causadas pelo aluno na UnB começaram em agosto de 2024, quando uma professora registrou boletim de ocorrência acusando o rapaz de gravar as aulas e postar trechos fora de contexto.
  • No mês seguinte, o youtuber foi acusado de vazar dados pessoais de colegas da universidade e de incentivar seus seguidores a praticarem invasões e agressões contra os estudantes.
  • Wilker não parou e seguiu gravando as aulas e criando conteúdo para suas redes. Os maiores embates ocorriam justamente com Estevam Thompson, que dá aula de História da África.
  • Em dezembro, a reitora da UnB, Rozana Naves, decidiu suspender o aluno das aulas de História do Brasil 1 e História da África por 60 dias, considerando que as gravações do youtuber geravam “prejuízo ao regular andamento de disciplinas”.
  • Após a notícia da suspensão, Wilker usou suas redes sociais para dizer que estaria sendo perseguido. “[O processo] foi feito sem sequer me dar direito ao contraditório e à ampla defesa”, reclamou.
  • O prazo de 60 dias chegou ao fim, e o estudante tem o direito de voltar às aulas neste semestre, que começa na próxima segunda (24/3). Ele fez questão de se matricular nas mesmas matérias das quais foi expulso e também se inscreveu em Pensamento LGBT Brasileiro.
  • posicionamento atual da UnB é de acompanhar o andamento do processo disciplinar discente aberto em desfavor de Wilker, bem como reiterar que “a gravação e a divulgação de conteúdos das aulas sem autorização do professor não são permitidas, podendo configurar violação de direitos autorais.”
  • O Ministério da Educação (MEC) afirma que a decisão de afastá-lo ou não é da própria UnB.
  • Hoje, Wilker Leão tem 905 mil inscritos em seu canal, no YouTube. O padrão de gravar durante as aulas segue nos vídeos mais recentes, mesmo em período de férias acadêmicas.

Wilker não retornou a nenhum dos contatos feitos pela reportagem do Metrópoles. O espaço segue aberto.

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