Líder do CV é condenada a quase 100 anos por morte de trabalhadores

Angélica Saraiva de Sá (foto em destaque), conhecida como Angeliquinha, foi condenada a 99 anos e 11 meses de prisão na última quinta-feira (27/3) pelo Tribunal do Júri de Nova Monte Verde (MT). Ela foi considerada culpada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa. A sentença determina o cumprimento em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade.

Segundo o Ministério Público, Angélica era líder do Comando Vermelho (CV) na região e ordenou a execução de quatro trabalhadores da construção civil — Alan Rodrigues Pereira, Caio Paulo da Silva, Jefferson Vale Paulino e João Vitor da Silva — assassinados com extrema crueldade em agosto de 2022, na zona rural do município.

As vítimas haviam chegado à cidade para trabalhar em obras de pavimentação, mas foram confundidas com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção rival. A motivação do crime teria sido uma publicação em rede social onde um dos rapazes apareceu fazendo sinais de mão associados ao PCC.

Duas das vítimas foram abordadas ao procurar drogas na casa de um dos criminosos, acabaram sequestradas, torturadas e, após confessarem suposta filiação à facção rival, foram executadas. Em seguida, a facção localizou e matou os outros dois colegas que dividiam alojamento com os primeiros.

Alan e João Vitor foram mortos esfaqueados, enquanto Caio Paulo e Jefferson morreram devido a traumatismo craniano. Os corpos foram encontrados no dia 8 de agosto de 2022, três dias após o carro do grupo ter sido incendiado em uma estrada rural.

O promotor Cleuber Alves Monteiro Junior sustentou a acusação, destacando o motivo torpe, o meio cruel e o uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas — argumentos acatados pelo Conselho de Sentença.

 

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