Milícia cobra pedágio de comerciantes: “Quem não pagar leva surra”

A prisão de um miliciano durante operação conjunta desencadeada pelas polícias Civil (PCRJ) e Militar (PMRJ), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense carioca, revelou um esquema de extorsão que aterrorizava dezenas de comerciantes.

Os proprietários dos negócios eram obrigados pagar “taxas” que variavam entre R$ 20 e R$ 70  semanais, dimensionadas pelo tamanho do comércio e a projeção de lucro naquela região.

O miliciano conhecido pelo apelido de “Magrinho” foi detido na quarta-feira (26/3), em ação conjunta pelos policiais civis da 54ª Delegacia de Polícia (Belford Roxo) e PMs do Serviço Reservado do 39º Batalhão.

A prisão do criminoso aconteceu em flagrante quando ele praticava extorsões aos comerciantes do bairro Lote XV. “Magrinho” pertence à milícia comandada por Diego Santos de Souza, conhecido pelo apelido de “Cabeça de Ouro”, e é suspeito de envolvimento em diversos homicídios praticados a mando da milícia.

Modus operandi

O bando atua nas localidades de Parque Esperança, Wona, Vale das Mangueiras, Luz, Parque dos Ferreiras, Vasco, Parque Fluminense e Lote 15.

O modus operandi dos milicianos consiste em um ou mais paramilitares realizarem cobrança semanal de valores, mediante ameaça de que caso o dono do negócio não realize o pagamento da taxa exigida, o grupo retorne ao local para que a mesma seja quitada. Caso contrário, a vítima pode ser espancada ou até mesmo executada.

A polícia descobriu, por exemplo, que lojas de acessórios, laticínios, doces, depósito, rações pagam a taxa para a milícia. Por por medo de represália da milícia local, as vítimas se recusam a comparecer na delegacia para prestar esclarecimento.

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