Hospital troca bebês natimortos, e mãe de um deles enterra feto errado

O Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás (Heal) cometeu um erro ao trocar dois bebês que vieram à luz na unidade nas duas últimas semanas de março. Os fetos foram entregues às mães erradas, e uma delas acabou enterrando a criança sem saber do erro.

Entenda o caso

  • Em 21 de março, uma paciente foi ao hospital de Águas Lindas (GO) para dar à luz. O bebê dela tinha apenas 20 semanas e acabou morrendo minutos depois o parto, devido à prematuridade extrema. O feto ficou guardado no freezer da unidade.
  • Quatro dias depois, em 25 de março, outra paciente deu entrada no hospital com o parto já em curso. O bebê dela tinha 26 semanas e foi considerado natimorto pela equipe médica.
  • Em 26 de março, a primeira mãe foi até o hospital para retirar o filho dela, o bebê de 20 semanas. A unidade, porém, acabou entregando o segundo feto, o de 26 semanas, pertencente à segunda mãe.
  • Sem saber do erro, a primeira mãe acabou enterrando o bebê da segunda mãe, ainda em 26 de março.
  • Em 27 de março, a equipe de enfermagem do hospital foi checar os fetos no freezer da unidade e percebeu o equívoco.

Agora, a mulher que enterrou o bebê da outra mãe tenta a exumação para que cada família possa velar os corpos corretos.

Os advogados Idelbrando Mendes e Daniel J. Kaefer, que representam as duas famílias, buscarão responsabilizar os culpados pela troca dos fetos. “Iremos acompanhar o inquérito policial a fim de apurar a responsabilidade objetiva quanto aos danos sofridos pelas famílias”, afirma Idelbrando.

“Além de [as mães] viverem o luto da perda de seus filhos de maneira tão prematura, agora se veem na incerteza de quem e quando poderão enterrá-los”, lamenta o advogado.

Segundo o jurista, o Hospital Estadual de Águas Lindas não vem oferecendo auxílio médico, jurídico ou psicológico. “Ainda não tivemos  nenhum contato oficial com a unidade, nem mesmo as famílias. Não está havendo nenhuma forma de auxílio a elas”, aponta Idelbrando.

O Metrópoles tentou contato com a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), mas, até a última atualização desta matéria, o órgão não havia retornado. O espaço está aberto.

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