Trump exclui celulares e computadores de tarifaço contra a China (por ora)

A guerra tarifária entre Estados Unidos e China vai dar uma trégua para companhias de tecnologia que estão sendo afetadas por ela: o governo de Donald Trump anunciou uma isenção das tarifas de importação quando elas envolverem “smartphones, computadores e outros eletrônicos”.

No início do mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou uma lista de tarifas recíprocas de importação que visam “libertar” o país do domínio de produtos estrangeiros.

Essas tarifas têm sido aplicadas contra dezenas de países, mas a decisão vem afetando principalmente a China. Nos últimos dias, temos visto um país aplicar tarifas de importação com alíquotas cada vez maiores em reação à decisão do outro.

O efeito disso é que as tarifas de importação dos Estados Unidos contra a China chegaram a incríveis 145%. O problema é que grande parte das companhias de tecnologia americanas (e de outros segmentos) tem componentes ou insumos oriundos do território chinês.

Como consequência, essas companhias vêm tentando escapar desse “tarifaço”. O exemplo mais notável é o da Apple, que teria enviado 1,5 milhão de iPhones da Índia aos Estados Unidos às pressas para não ter que aumentar os preços de seus produtos no curto prazo.

Eis que, na noite de sexta-feira (11), o governo americano anunciou a decisão de isentar itens como smartphones, laptops, discos rígidos, processadores e chips de memória das tarifas direcionadas a produtos oriundos da China, bem como da tarifa básica de 10% aplicada sobre a maioria dos outros países.

Isso deve evitar que iPhones e tantos outros produtos eletrônicos que dependem total ou parcialmente de fábricas na China fiquem repentinamente mais caros nos Estados Unidos por conta das novas tarifas de importação.

Alívio nas tarifas deve ser temporário

O alívio nas tarifas de importação para eletrônicos deve perdurar apenas enquanto o governo americano ajusta as suas novas diretrizes. Howard Lutnick, secretário de comércio dos Estados Unidos, deu a entender em entrevista no domingo que os eletrônicos agora isentos deverão ser incluídos nas tarifas de semicondutores, ainda a serem criadas. Elas devem entrar em vigor em um ou dois meses.

Além disso, é importante considerar que as isenções anunciadas recentemente valem para as tarifas que entraram em vigor a partir do início de abril. Tarifas vigentes desde o começo do ano, quando o segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos começou, ainda podem ser aplicadas sobre eletrônicos.

Para completar, os itens oriundos da China que fazem parte da lista de isenção ainda estão sujeitos a uma tarifa de 20% aplicada para pressionar o governo chinês a coibir o envio a território americano de insumos para a produção da droga fentanil. Trump atribui à China a crise de vício em fentanil que os Estados Unidos enfrentam.

Em linhas gerais, o que a administração Trump quer é que as empresas transfiram suas linhas de produção para os Estados Unidos. O problema é que não é possível fazer isso em tão pouco tempo e, para muitas companhias, essa transferência pode ser simplesmente inviável.

Com informações de Bloomberg e ABC News

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