Economia Brasileira: especialistas divergem sobre meta fiscal

Após a reunião do ministro Fernando Haddad com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialistas e analistas econômicos expressaram suas opiniões sobre o atual panorama da meta fiscal no Brasil.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destacou que “o risco de não cumprir a meta fiscal de 2024 diminuiu”, enfatizando a importância de contingenciar adequadamente para alcançar essa meta. Segundo ele, “se a determinação é contingenciar o necessário, cresce a chance de um cenário de cumprimento de meta em 2024.”

Além disso, Salto mencionou outro cenário possível: “esticar ao máximo a corda, mas mudar a meta na undécima hora”, o que poderia permitir um contingenciamento menor. Ele ressaltou que “sem mudar a meta, não há como contingenciar menos do que obriga a lei.” Para ele, “aumentam as chances de entrega da meta zero, com banda.”

Sobre o discurso de responsabilidade fiscal reforçado pelo governo, Salto comentou que “tem peso para desanuviar o cenário nebuloso das últimas semanas.”

Em paralelo, um documento analítico preparado por especialistas da MB Associados destacou a deterioração recente da economia brasileira. Eles observaram que “os últimos dois meses mudaram para pior o patamar da economia brasileira”, citando riscos externos e desafios domésticos mais complexos.

Os especialistas da MB Associados também apontaram que o governo enfrenta dificuldades no cenário fiscal, mencionando a construção de um arcabouço fiscal incompleto no ano passado. Eles afirmaram que “a necessidade de arrecadação adicional para cumprir um déficit programado menor de 0,25% do PIB era de R$ 350 bilhões, dos quais o governo deve conseguir em torno de R$ 150 bilhões.”

Em relação à política monetária, os especialistas ressaltaram que “o Banco Central tornou-se um fator de risco”, especialmente diante das pressões para redução da taxa de juros. Eles observaram que “o BC segue gradativamente para um olhar mais condescendente com a inflação”, destacando preocupações com a estabilidade econômica.

Soluções no curto prazo

A equipe da MB Associados alerta para a necessidade urgente de soluções no curto prazo para os crescentes custos fiscais, sem vislumbrar uma solução imediata. Eles destacaram que “o presidente tem colaborado para aumentar a preocupação em torno do Banco Central”, enfatizando as dificuldades em alinhar a política monetária com as necessidades econômicas do país.

O debate sobre a meta fiscal de 2024 e as perspectivas econômicas do Brasil reflete um cenário de incertezas globais e desafios internos complexos. Enquanto o governo reforça o compromisso com a responsabilidade fiscal, analistas alertam para os obstáculos significativos que precisam ser superados.

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