Após IPCA-15, especialistas avaliam que Selic pode subir mais de 1%

Após IPCA-15, especialistas avaliam que Selic pode subir mais de 1%

O IPCA-15 de janeiro trouxe novos desafios para o cenário econômico brasileiro. Embora a variação tenha registrado uma alta de 0,11%, abaixo das expectativas do mercado, o índice reforça pressões inflacionárias em núcleos importantes, como alimentos e transportes. De acordo com Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “essa elevação evidencia pressões inflacionárias ainda persistentes no cenário econômico atual”. Ele acrescenta que a alta pode justificar uma resposta mais rigorosa do Copom na próxima reunião, com uma possível elevação da Selic em até 1 ponto percentual.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca que, embora o alívio em energia elétrica tenha contribuído para a desaceleração do índice em relação a dezembro, “os preços dos alimentos e transportes ainda pesam no orçamento das famílias”. Ele também enfatiza que medidas estruturais, como melhorias na logística e maior concorrência na distribuição, podem ajudar a conter os custos no médio prazo.

Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, observa que a desaceleração pontual no índice não deve afastar a possibilidade de um ajuste mais rigoroso na política monetária. “Essa medida visa controlar a inflação, mas também encarece o crédito, impactando o consumo e dificultando ainda mais a recuperação econômica”, comenta.

João Kepler, CEO da Equity Fund Group, também pontua que o IPCA-15 reflete um descompasso em relação à meta de inflação do Banco Central, reforçando a necessidade de ajustes na Selic. “Núcleos inflacionários, como alimentos e transportes, continuam pressionando o orçamento das famílias”, afirmou, sugerindo que o governo adote políticas estruturais para estimular a oferta.

André Matos, CEO da MA7 Negócios, destaca que “as pressões inflacionárias estão mais disseminadas e não se limitam apenas aos alimentos”. Para ele, com as expectativas desancoradas, o Copom deve intensificar o aperto monetário para conter a alta de preços.

Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, avalia que o IPCA-15 “mostra sinais de persistência, com serviços subjacentes subindo em ritmo acelerado”. Ele acredita que a combinação de atividade econômica resiliente e expectativas inflacionárias desancoradas deve levar a uma política monetária mais rígida.

Os especialistas concordam que o aumento da Selic é uma medida necessária para conter a inflação, mas reconhecem os impactos negativos no crédito e no consumo. Além disso, a necessidade de políticas estruturais para estabilizar preços e estimular a oferta é destacada como fundamental para mitigar os efeitos da alta dos juros no médio e longo prazo.


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