HÁ VINTE ANOS – Lula investe mais em programas sociais

A dívida social com a população mais pobre do Brasil ainda está longe de ser resgatada, mas já está custando cerca de R$ 74 bilhões por ano ao governo federal.

Essa é a cifra investida em 2004 pelo governo Lula em uma série de programas e benefícios assistenciais que incluem desde as aposentadorias dos trabalhadores rurais até as bolsas de auxílio financeiro do Fome Zero.

Em valores reais, esse tipo de gasto social é mais de duas vezes maior do que o de 1995, no primeiro ano de governo de Fernando Henrique Cardoso, e quase 23% superior ao de 2002, último ano de mandato do ex-presidente.

Governo Lula – Mais gastos, mais impostos, segundo a VEJA

 

A insatisfação com a derrama de impostos e com o desperdício de dinheiro público chegou ao ponto de fervura na semana passada. O resultado das contas do governo brasileiro em 2004 mostrou que, depois de um primeiro ano de restrições orçamentárias severas, as torneiras dos gastos foram reabertas.

O dispêndio com passagens aéreas, água, luz, cafezinho, telefone, consultorias e pagamentos a terceiros aumentou 25% em relação a 2003. De bate-papo em bate-papo, de viagem em viagem e de gole em gole, o certo é que a conta chegou a inacreditáveis 13 bilhões de reais.

A folha de pagamento aumentou outros 7 bilhões e o déficit da Previdência fechou o ano em 32 bilhões de reais – o maior rombo de sua história.

Aumentar gastos não é luxo do governo Lula. Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que nos últimos cinco anos não houve um país sequer que tenha diminuído suas despesas gerais. Nenhum. Zero. E ainda muitos são acusados de neoliberais.

A gastança no Brasil, porém, tem cores mais dramáticas e, de certa forma, macula a responsabilidade que deu o tom da gestão pública no primeiro ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como se sabe, os gastos têm de ser financiados por quem produz riqueza, ou seja, a sociedade brasileira. Portanto, não é surpresa que o gasto recorde sobrevenha de arrecadação recorde. Foi o que ocorreu no Brasil em 2004.

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, admitiu pela primeira vez que a carga tributária federal cresceu ainda mais em 2004. “Arrecadamos mais, gastamos mais, mas economizamos uma parte”, disse ele. Com isso, o peso dos impostos nacionais subiu de 35,5% do PIB para 36,5%, calcula o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) – o maior volume de impostos em 505 anos de história brasileira.

 

(Publicado aqui em 30 de janeiro de 2005)

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