Adeus à farinha? Entenda a diferença entre intolerância ao glúten e doença celíaca

A intolerância ao glúten e a doença celíaca podem ser confundidas, mas diferem na resposta biológica do organismo à substância e na gravidade de seus impactos à saúde.

Farinha com glúten

Condições são diferentes – Foto: Reprodução/ND

O que é doença celíaca?

A doença celíaca é uma doença autoimune crônica desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada.

Nos portadores da doença, o glúten ativa o sistema imunológico, resultando em inflamação e atrofia das vilosidades intestinais, que são estruturas responsáveis pela absorção de nutrientes no intestino delgado.

Esse fator pode levar à má absorção de nutrientes essenciais, como ferro, cálcio, ácido fólico e vitaminas lipossolúveis, causando diversas complicações de saúde.

Os sintomas variam em cada pessoa, mas podem incluir:

  • Diarreia crônica;
  • Perda de peso;
  • Distensão abdominal;
  • Fadiga;
  • Anemia;
  • Osteoporose;
  • Aftas recorrentes;
  • Infertilidade;
  • Manifestações neurológicas, como depressão e neuropatia periférica.
Celíacos sofrem com constipação, diarreia e lesões na pele, após consumo da substância

Celíacos sofrem com constipação, diarreia e lesões na pele, após consumo da substância – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Além disso, uma forma específica da doença, chamada dermatite herpetiforme, manifesta-se por erupções cutâneas com coceira intensa.

O diagnóstico da doença celíaca envolve exames sorológicos, como a detecção de anticorpos anti-transglutaminase tecidual (tTG-IgA) e anti-endomísio (EMA-IgA), além da biópsia do intestino delgado para identificar atrofia das vilosidades.

O único tratamento eficaz é a dieta isenta de glúten pelo resto da vida, pois mesmo pequenas quantidades da proteína podem reativar a resposta imunológica e causar danos intestinais.

O que é intolerância ao glúten?

A intolerância ao glúten é uma condição não autoimune e não alérgica, na qual os indivíduos apresentam sintomas digestivos e extraintestinais relacionados ao consumo de glúten, sem evidências de danos intestinais.

Farinha com glúten

Intolerantes devem evitar substância – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Diferente da doença celíaca, a intolerância não está associada à atrofia das vilosidades intestinais e não gera uma resposta autoimune sistêmica.

Os sintomas aparecem horas ou dias após a ingestão de glúten e melhoram com sua retirada da dieta. Eles podem incluir:

  • Dor abdominal;
  • Inchaço;
  • Diarreia ou constipação;
  • Fadiga;
  • Dores de cabeça;
  • Dificuldades de concentração;
  • Dores articulares e alterações no humor.

O diagnóstico é clínico e feito por exclusão, pois não há biomarcadores específicos para a condição. O paciente deve primeiro ser testado para doença celíaca e alergia ao trigo.

O tratamento envolve uma redução ou eliminação da substância da dieta, dependendo da tolerância individual.

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