Apesar de pressão mundial, Trump nega que vá pausar tarifaço

Apesar das reações negativas ao redor do mundo e da instabilidade nos mercados financeiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (7/4) que não há intenção de suspender, mesmo que temporariamente, o pacote de tarifas comerciais que impôs no último dia 2 de abril.

“Não estamos olhando para isso”, disse Trump ao ser questionado sobre a possibilidade de uma pausa nas tarifas. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, concedida ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em visita oficial ao país.

O presidente americano afirmou que espera alcançar acordos comerciais “bons e justos” com os países atingidos pelas novas medidas. Segundo ele, alguns desses acordos poderão resultar em mudanças nas tarifas, mas outras deverão permanecer em vigor de forma permanente.

“Pode haver tarifas permanentes e também pode haver negociações. Vamos conseguir acordos justos e bons com todos os países. Se não conseguirmos, não teremos nada a ver com eles”, declarou Trump.

O tarifaço afeta mais de 100 países, incluindo Israel, que passou a ser taxado em 17%. Mesmo sendo um aliado histórico dos Estados Unidos, o país não recebeu tratamento diferenciado. Ao ser questionado se as tarifas sobre os produtos israelenses poderiam ser retiradas, Trump respondeu de forma evasiva: “Talvez não, talvez não”.

O presidente também destacou que os Estados Unidos destinam bilhões de dólares a Israel anualmente. “Damos a Israel US$ 4 bilhões por ano. Isso é muito. Parabéns, a propósito. Mas damos a muitos países bilhões de dólares”, disse.

Durante o encontro, o primeiro-ministro israelense prometeu agir para equilibrar a balança comercial entre os dois países.

“Vamos eliminar o déficit comercial com os Estados Unidos rapidamente. Achamos que é o certo a se fazer e vamos também eliminar barreiras comerciais”, afirmou Netanyahu, que sugeriu que a postura de Israel pode servir de exemplo para outras nações.

A visita de Netanyahu foi a primeira de um líder internacional desde o anúncio das tarifas, o que reforça a atenção global sobre os desdobramentos da política comercial americana.

Fake news sobre pausa nas tarifas

Em meio ao impacto das tarifas nos mercados financeiros, com oscilações registradas ao longo do dia, Trump voltou a defender a medida por meio da rede Truth Social. Segundo ele, os Estados Unidos estão aproveitando uma oportunidade histórica.

“Temos uma chance de fazer algo que deveria ter sido feito décadas atrás. Não seja fraco. Não seja estúpido. Não seja um Panicano [em referência a um novo partido]. Seja forte, corajoso e paciente, e a grandeza será o resultado”, escreveu.

No mesmo dia, rumores sobre uma possível suspensão temporária das tarifas chegaram a provocar momentos de alívio nos mercados. No entanto, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, negou qualquer mudança no plano atual do governo.

Leavitt classificou como “fake news” as especulações sobre uma pausa de 90 dias nas tarifas e reiterou que a administração Trump não considera, neste momento, qualquer flexibilização nas medidas adotadas.

 

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