Leia delação que citou Hugo Motta em caso de desvios na saúde

Uma investigação conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2015 resultou em uma delação que citou o repasse de valores ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A proposta do acordo de delação premiada foi firmada com o empresário José Aloysio Machado da Costa Júnior. Ele era dono da construtora Soconstrói, que, segundo as investigações, teria sido beneficiada no esquema.

Ele foi alvo da operação Desumanidade, que investigou desvios em obras para construção de unidades de saúde em Patos (PB), base eleitoral da família de Motta.

O MPF apontou á época desvios de recursos públicos em contratos para a construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS). As obras foram parcialmente custeadas com emendas de Hugo Motta.

O acordo foi enviado ao STF para homologação em meados de 2016, mas nunca foi homologado.

Segundo o empresário, Hugo Motta teria recebido 20% do valor desviado do contrato investigados pela Desumanidade. Os recursos teriam sido usados na campanha do deputado em 2014.

“O dinheiro é distribuído para cabos eleitorais para efetuar a compra de votos. O dinheiro estava distribuído em notas de pequeno valor”, afirmou Costa Júnior na delação.

Um dos instrumentos usados nas investigações foi a interceptação telefônica. Em umas conversas, segundo o MPF, um interlocutor diz que Hugo Motta havia recebido valores relacionados a obras.

O delator Costa Júnior confirmou o conteúdo do áudio em seu acordo e disse que o valor equivaleria aos 20% do contrato que seriam “devidos” a Motta.

“O colaborador explicita que o fato de Simão Pedro da Costa dizer numa das interceptações que o deputado federal Hugo Motta havia recebido R$ 600.000,00 é proveniente dos 20% a ele devido sobre o Contrato 51/2013 de R$ 3.000.000,00, aproximadamente”, diz trecho de documento sobre a delação.

Os repasses, diz a delação, teriam sido realizados devido a um “compromisso político” com o deputado, que seria o “responsável pela liberação da emenda parlamentar dos recursos inerentes a esta obra”.

Leia a delação sobre Hugo Motta

Defesa

Procurado, o deputado disse que não iria se manifestar.

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