Racha no PT: Edinho Silva fará evento e aliados de Gleisi devem faltar

São Paulo – Em mais um episódio do racha da corrente majoritária do Partido dos Trabalhadores, Construindo um Novo Brasil (CNB), o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, marcou uma reunião para a sexta-feira (28/3) na sede do diretório nacional do PT, em Brasília, e convidou tanto apoiadores de sua candidatura à presidência do partido, quanto dissidentes. Visto como um encontro para mostrar força para Edinho, apoiadores da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não devem comparecer ao evento.

Deputados estaduais e vereadores de São Paulo vão a Brasília ainda na quinta-feira (27/3), quando haverá um jantar prévio ao encontro. Mesmo sem a presença do grupo ligado a Gleisi, a expectativa entre os paulistas que vão ao encontro é de um evento com bastante gente, uma vez que foram convidados membros do PT de todos os estados. Inicialmente, o encontro está marcado para o auditório da sede do diretório nacional, mas pode ocorrer em outro local, caso exceda a capacidade da sala de 150 pessoas.

Candidato favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Edinho enfrenta oposição interna, dentro da principal ala do PT. Além de Gleisi Hoffmann, ex-presidente da legenda, os nomes mais proeminentes na dissidência de oposição em Edinho são o deputado federal e líder do governo na Câmara, José Guimarães, o deputado federal Jilmar Tatto, que também secretário de Comunicação do Partido, a sua esposa e tesoureira do PT, Gleide Andrade.

O atual presidente da sigla, Humberto Costa, estará em agendas em Pernambuco na sexta-feira (28/3) e, por isso, não participará do encontro. Costa cumpre um mandato tampão após sua antecessora, Gleisi Hoffmann, se tornar ministra e chegou a ser cogitado como um nome para disputar as eleições petistas contra Edinho, mas depois recuou e disse que não será candidato. Outro nome ventilado foi o de José Guimarães, mas ele também não deve ser postulante à presidência do partido.

Costa é senador por Pernambuco e Guimarães deputado pelo Ceará. Uma reivindicação do grupo é que os quadros do Nordeste deveriam ter mais espaços nas posições de direção do Partido, historicamente ocupada por quadros de São Paulo. Em contraposição, petistas paulistas dizem que o grupo quer se declarar “dono do PT” e tomar as decisões importantes em um grupo restrito, contrariando a lógica de eleições amplas e decisões em assembleias.

Diante da falta de outros nomes para disputar com Edinho, a dissidência desenha nos bastidores apoiá-lo como presidente do partido, mas manter o controle dos demais cargos, como Vice-Presidências, Secretaria de Comunicação e, principalmente, Tesouraria – função que se tornou cobiçada após o fundo partidário irrigar os municípios com recursos. Há um mês, o grupo de WhatsApp da CNB foi inundado de críticas a uma mudança no estatuto do partido. Agora, os diretores podem renovar os mandatos indiscriminadamente. Antes, o limite era de no máximo três mandatos.

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